Além do Tempo: Lições de Liderança e Empatia na Maratona de Boston

🧠 MOVIMENTO GERA RESULTADO — Edição #04

Como pequenos gestos sob pressão revelam o tipo de líder que você é — e o que isso tem a ver com o Dia do Trabalho

Era uma manhã fria de abril, milhares de pessoas se alinharam nas ruas de Boston.

O disparo da largada ecoou.
E com ele, sonhos, sacrifícios e objetivos de vida tomaram forma em passos firmes.

Cada corredor ali tinha uma meta.
Alguns corriam por tempo.
Outros por honra.
Outros por amor próprio.
Alguns inclusive, como promessa.

E no meio dessa maré de suor e esperança, um brasileiro chamado Pedro Arieta mostrou que, às vezes, vencer é muito mais sobre quem você ajuda a cruzar a linha do que sobre o tempo que você marca.

Ele teve uma das atitudes mais icônicas dos últimos tempos, abrindo mão do seu próprio recorde pessoal, para ajudar outro corredor que ele nem mesmo conhecia.

Quando o cronômetro para, a humanidade corre

Tudo indicava que ele conseguiria atingir a sua marca pessoal.

Mas então ele viu — um corredor americano, Shawn Goodwin, caído na pista, sem forças para se levantar.

Por um segundo, Pedro poderia ter olhado, sentido pena, e seguido adiante.
Ninguém o culparia. Até mesmo porque tantos outros passaram por ali, e talvez tivessem tido este mesmo sentimento.

Afinal, quem para a poucos metros da glória?

Mas Pedro parou.

Sem hesitar, voltou alguns passos, ofereceu sua mão e ajudou Shawn a se levantar.
Depois, juntos, cruzaram a linha de chegada.

Pedro finalizou com 2h41. Seu objetivo era terminar a prova com até 2h40.
Um minuto acima da meta. Uma eternidade acima da média humana.

A verdadeira linha de chegada

E não era para menos, certamente, você assim como eu, viu a história de Pedro viralizar.

Matérias em grandes jornais.
Postagens emocionadas nas redes sociais.
Uma petição no Change.org pedindo que ele receba uma honraria oficial da organização da Maratona de Boston.

Mas o que emocionou as pessoas não foi só o gesto. Foi a simbologia dele:

Em um mundo obcecado por performance e métricas, Pedro escolheu ser humano primeiro.

E essa é uma lição que ecoa — muito além das maratonas.

Maratona invisível: a corrida que a maioria de nós vivemos

Eu gosto muito de fazer um paralelo do esporte com a vida real, e principalmente a corrida, seja ela a corrida de rua ou corrida de montanha.

No ambiente de trabalho, a corrida é real.
As metas, as entregas, as cobranças, em resumo, a pressão pelos números, pela performance.

Muitos de nós, sem perceber, entramos em modo automático:

  • Produzir.

  • Correr.

  • Entregar.

  • Bater meta.

  • Repetir.

E no meio dessa pressa, o que deixamos para trás?

Pessoas.
Relações.
Valores.
O próprio propósito.

E a minha visão após mais de 26 anos atuando para o mercado corporativo, é que a atitude de Pedro na pista é o que falta em muitos corredores corporativos:
a capacidade de parar, olhar para o lado e lembrar que estamos correndo juntos.

Liderar é cruzar a linha... e puxar alguém junto

Grandes líderes não são lembrados apenas pelos resultados que atingem.
Mas por quantas pessoas eles ajudaram a atravessar a linha de chegada, a terminarem a maratona das metas mensais.

  • Líderes que escutam no meio da pressão.

  • Que estendem a mão no momento crítico.

  • Que sacrificam um "minuto de glória" por uma eternidade de respeito.

E veja: aqui não quero que você confunda estas atitudes, isso não significa ser passivo ou "bonzinho".

Pelo contrário.
Significa entender que a liderança de verdade é feita de decisões que colocam o coletivo acima do ego.

Pedro poderia ter batido sua meta.
Ter saído na foto sozinho.
Ter colocado no currículo: "2h39:55".

Mas decidiu escrever outra coisa:
Humanidade acima do tempo.
Honra acima do cronômetro.
Legado acima da medalha.

O que a Maratona de Boston ensina sobre o Dia do Trabalho

Esta semana, teremos mais um feriado. Em plena quinta-feira, o que fará muitos novamente emendarem para descanso.

E se você é empreendedor, empresário, líder e principalmente se tem equipe, gostaria que aproveitasse para uma breve reflexão.

O Dia do Trabalho não é só um feriado. É um lembrete do esforço coletivo invisível que sustenta tudo o que vemos.

Pessoas comuns fazendo coisas extraordinárias, todos os dias.

  • O atendente que te serve o café enquanto lida com problemas que você nem imagina.

  • O entregador que enfrenta o trânsitom na chuva, no sol.

  • O analista que passa a madrugada corrigindo uma falha para você ter seu serviço funcionando na manhã seguinte.

Na pressa de bater nossos tempos pessoais, esquecemos que ninguém cruza a linha de chegada sozinho.

Quem corre, sabe muito bem disso. Muitos dizem que a corrida é o esporte individual mais coletivo que existe.

O sucesso, nas empresas e na vida, é sempre um movimento de equipe.

E os líderes que entendem isso — que reconhecem o esforço invisível, que estendem a mão, que olham nos olhos — constroem algo que nenhuma métrica consegue medir:

Confiança.
Lealdade.
Respeito duradouro.

Rápido não é suficiente. Humano é indispensável.

Em um mercado que idolatra a pressa, o número, a eficiência brutal, Pedro Arieta nos lembra: não adianta ser rápido se você esqueceu porque começou a correr.

E mais:
não adianta cruzar a linha primeiro...
se você não consegue olhar para trás e ver quem você deixou pra trás.

Quem ajudou você a chegar onde você chegou?

Para pensar nesta semana:

  1. Você está correndo pra vencer ou pra construir?

  2. Em qual momento recente você poderia ter estendido a mão — e não fez?

  3. Quem ao seu redor precisa de uma ajuda invisível que você ainda não percebeu?

  4. Se sua liderança fosse medida pelo impacto humano, e não só pelos números... como estaria sua pontuação?

Insights práticos para quem quer liderar diferente:

  1. Em momentos de pressão, mantenha seus valores como bússola.
    Como Pedro mostrou, o caráter não se molda nas vitórias, mas nas escolhas difíceis.

  2. Lidere pelo exemplo, não pelo discurso.
    Pequenas atitudes éticas inspiram mais que grandes slogans corporativos.

  3. Entenda que reputação é um ativo de longo prazo.
    Cada decisão sua constrói ou corrói sua imagem — invisivelmente.

  4. Valorize relações mais que resultados imediatos.
    Pessoas leais são mais raras (e valiosas) do que qualquer indicador de performance.

  5. Redefina o que significa vencer.
    Sucesso não é ser o mais rápido — é ser aquele que termina a corrida junto com quem mais importa.

O Que Me Moveu Esta Semana

🎧 Podcast: The Tim Ferriss Show — Episódio sobre “servant leadership” com Brene Brown
 🎥 Vídeo: Pedro Arieta - Boston 2025 (Highlights) — cenas emocionantes da chegada
🪞 Reflexão:
O legado que você deixa não é feito de troféus.
É feito das mãos que você estendeu pelo caminho.

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Nos vemos na próxima linha de chegada.
Até lá: movimento, propósito — e humanidade.