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Ressignificar é atravessar para o outro lado
# 🧠 MOVIMENTO GERA RESULTADO — Edição #03

Por que todo crescimento exige uma morte simbólica — e o que a Páscoa ensina sobre transformação real
É domingo de Páscoa.
Pelo horário que costumo enviar semanalmente minhas news, certamente você já passou o dia de hoje com aquele tradicional almoço em família, talvez algumas dezenas de ligações ou mensagens no whatsapp com mais um “Feliz Páscoa”, incluindo aquelas do grupo da família.
Mas a pergunta é:
O que esse dia representa pra você?
Porque, muito além do chocolate, a Páscoa carrega um convite silencioso:
reconhecer o que precisa morrer em nós — pra que algo novo possa nascer.
E de verdade, esse convite, na maioria das vezes… dói.
E sim hoje falarei um pouco do que aprendi sobre o morrer internamente, e ago possa ser aprendido com estra troca aqui hoje.
A travessia que ninguém vê
A Páscoa só existe porque alguém atravessou a dor.
O domingo só tem sentido porque houve uma sexta-feira.
E entre uma coisa e outra, um sábado de silêncio — onde tudo pareceu perdido.
Claro, nestas frasess acima, tem um contexto religioso, mas o que eu quero dizer para você, é que independente de nossas crencas, a gente vive isso também:
Pode não ser numa cruz, mas é numa sala de hospital.
Num velório.
Num e-mail que não esperava.
Num pedido de demissão.
Numa notícia que muda o eixo da vida.
Eu mesmo já vivi isso.
O silêncio entre o luto e a lição
Talvez, você de alguma forma já saiba, talvezx não.
Entre os anos de 2013 e 2014, vivi uma sequência de perdas que me marcou profundamente:
meu pai, meus avós e, e neste mesmo entre anos, meu irmão.
Hoje não me dói escrever ou falar sobre. Hoje consigo fazer com saudosidade.
Mas o que mais me tocou não foi só a dor da ausência.
Foi a constatação de que, por dois momentos seguidos — antes da partida do meu pai e depois do meu irmão — eu procrastinei um encontro.
Sem motivo.
Só adiei.
Achei que daria tempo.
E não deu.
Passei meses revivendo isso. Muitas pessoas, inclusive da família nem sabem do quanto revivi.
Até que percebi: a dor só me engolia porque eu ainda tentava controlar o incontrolável.
Foi ali que algo em mim começou a mudar.
A morte do julgamento. O nascimento do perdão.
No caso do meu pai, a travessia foi ainda mais simbólica.
Ele foi ausente.
E por anos eu carreguei um julgamento silencioso pela falta que ele fez.
Mas no dia em que recebi o caixão dele no velório…
quando ninguém quis escrever em sua lápide,
e eu peguei aquele pedaço de graveto e escrevi no cimento fresco,
foi como se tudo que eu não havia dito finalmente encontrasse voz.
Falei com ele ali.
Não sei se ele me ouviu.
Mas eu me ouvi.
E entendi que talvez ele não estivesse ausente por mal.
Mas por vergonha. Medo. Falta de estrutura emocional.
Coisas que talvez eu nunca vá saber.
Naquele momento, eu perdoei — e fui perdoado.
E dali em diante, assumi um compromisso:
ser o pai que ele talvez não conseguiu ser.
Presente, inteiro e disponível para o meu filho.
O renascimento não vem com aplausos. Vem com entrega.
A Páscoa é sobre isso.
Sobre morrer para aquilo que já não serve mesmo que pareça seguro.
Mesmo que doa deixar.
E sobre atravessar o silêncio da dúvida com fé.
Com a certeza de que do outro lado… algo novo pode nascer.
Mas só nasce se você deixar morrer o que precisa ir.
E o que precisa morrer não é, necessariamente, uma pessoa. Às vezes é:
O perfeccionismo
O medo de parecer fraco
A ideia de que tudo precisa estar sob controle
Um padrão que te limita
Uma culpa que te persegue há anos
“A transformação não acontece por acúmulo. Ela acontece por entrega.”
— Leonardo Gonzaga
Travessia também é performance
Eu escrevo semanalmente aqui sobre maestria, negócios, mentalidade, performance, estratégia, liderança e tantos outros temas.
Mas tudo isso é só um verniz se não estiver ancorado em verdade.
E a verdade é que ninguém performa bem se estiver preso à versão antiga de si mesmo.
Você não lidera com força se está liderando com medo.
Você não avança com consistência se está carregando o que não cabe mais.
Quer resultado real?
Comece morrendo para aquilo que está te impedindo de renascer.
Para pensar nesta semana:
O que você está tentando controlar — que já não está nas suas mãos?
O que em você precisa morrer… para que algo maior possa nascer?
Você está esperando o ambiente melhorar? Ou está criando coragem pra atravessar?
Qual culpa precisa ser perdoada — pra que você possa ser quem nasceu pra ser?
O Que Me Moveu Esta Semana
🎧 Música: Oceans – Hillsong United
🎥 Filme: A Cabana — sobre dor, travessia e reconciliação. (Disponível na Apple TV e Prime Video)
📄 Reflexão:
O tempo não cura.
A travessia, sim.
Mas só cura quem decide atravessar.
(Responda este e-mail — eu leio tudo.)
Desejo que você tenha tido um Domingo de Páscoa, vivendo o real significado da data, e que o ressignificar do renascimento seja algo constante em eus dias, inclusive naqueles mais desafiadores.
Nos vemos na próxima.
Um abraço,
Leo Gonzaga
Até lá: consciência, coragem — e travessia.